Qual é o lugar das mulheres artistas? Quanto da sua arte é conhecida, falada ou reconhecida internacionalmente? Ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade de género, mas abrir espaço para falar sobre aquelas que já romperam tantas barreiras para se tornarem artistas é definitivamente um primeiro passo. “Tudo que eu quero - Artistas Portuguesas de 1900 a 2020” é uma exposição feminista, um espaço de diálogo e de afirmação. Mais ainda, é uma colecção que mostra a relevância histórica e artística das artistas portuguesas - e certamente uma exposição que queremos que todos tenham acesso, mesmo quando há restrições de deslocamento. É por isso que estamos entusiasmados com a parceria com o Google Arts & Culture de forma a poder levar esta exposição ao mundo.
Mais de 240 obras de 40 artistas portuguesas, de 1900 a 2020, reúnem-se numa grande exposição que colocamos à disposição de um público internacional graças à tecnologia. Artistas como Aurélia de Sousa, Maria Helena Vieira da Silva, Rosa Ramalho ou Sarah Affonso ganham vida através de 14 histórias diferentes que transpõem a exposição física e de 40 histórias que contam as biografias de cada artista selecionada.
Tudo o que eu quero questiona o papel das mulheres na arte hoje e reforça a necessidade de homenagear historicamente as mulheres artistas. A exposição destaca artistas que merecem reconhecimento, coloca as mulheres esquecidas presentes na actualidade e explora conceitos, estilos, cores, feminismo e como as artistas refletem a sua individualidade.
As histórias estão divididas em temas que convidam as pessoas para uma viagem para compreender as gerações mas também o lugar da mulher na história da arte, assim como discussões sobre o corpo e a produção literária. Os curadores, Helena de Freitas e Bruno Marchand, trabalharam para garantir que esta exposição não apenas preenchesse uma lacuna no mundo da arte, mas também explicasse a razão do início desta disparidade.
Tudo o que eu quero é uma iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, incluída no Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia 2021. Depois da sua passagem por Portugal, a exposição física vai deslocar-se a França, mas no Google Arts & Culture este projeto será preservado e poderá chegar a todos os cantos do mundo. No meu mundo ideal, todas as artistas teriam o reconhecimento e o espaço para a sua arte. Para já, fico feliz por começarmos com as artistas portuguesas excepcionais e espero que isso inspire outras instituições pelo mundo fora.